«Os municípios e a EDP devem encontrar soluçõestecnológicas no sentido de permitir poupar a factura energética sem apagar tudo (..) sabemos que existem recursos tecnológicos que permitem solucionar este tipo de problemas, no centro e Norte da Europa eles são utilizados», afirma o secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio.
Numa aldeia na Alemanha cada habitante pode activar a luz pública por telemóvel, conforme as suas necessidades.
Estes cidadãos não ficam desprovidos de um bem essencial, e simultaneamente reduzem custos com a electricidade e emissões de carbono.
Já em cinco aldeias de Freixo de Espada a Cinta, Bragança, as medidas de contenção são outras e estão a dar que falar.
Na minha última sessão de formação do Permaculture Design Course promovido pela Permaculture Association - http://www.permaculture.org.uk - a formadora disse-nos que agora ou fazíamos alguma coisa com o que tínhamos aprendido ou voltávamos para debaixo da pedra e tentávamos viver felizes.
Também nos sensibilizou que poderíamos começar de ser chamados de “fluffy hippies” (hippies fofinhos) quando falássemos de permacultura pois iam achar que o que dizíamos não fazia grande sentido. Queria antes dizer que a permacultura é tb um estilo de vida e para a entender é necessário pelo menos experimentá-la durante algum tempo. O que fiz durante uma semana.
Ok, assumi o risco! Antes fluffy e hippie do que continuar passiva e apática relativamente às questões de desenvolvimento sustentável.
Regressada a casa comecei a aplicar técnicas agrícolas de permacultura no meu pedacinho de terra (uns enormes eh...eh...eh... 20 metros quadrados) cujo o solo é extremamente argiloso e duro - foi por cauda dele que descobri a permacultura - Neste momento o solo já está mais rico e fofo, produz mais quantidade e mais variedade. Nele estou a criar um micro Florest Garden http://en.wikipedia.org/wiki/Forest_gardening ou “jardim comestível” utilizando técnicas de permacultura que engloba a agricultura biológica. O meu terraço transformou-se assim no meu laboratório de praticas permaculturais e sustentáveis.
Mas não foi só isso que mudou depois de ter feito o curso de permacultura, tornei-me mais consciente e em consequentemente menos consumista e mais seletiva.
Por fim, passados 15 dias de ter regressado, fiz a minha inscrição na pós-graduação que partilhamos e passei a dedicar-me à investigação e, sempre que possível, a fazer trabalho de campo em permacultura e sustentabilidade.
Passados estes meses, dou por mim a pensar que a permacultura é um excelente laboratório para a inovação em sustentabilidade: recupera ideias antigas e aplica-as em função do conhecimento e tecnologia presente, é 100% ecológico, culturalmente diverso, promove a partilha de conhecimento entre gerações e culturas. Nos países em vias de desenvolvimento pode gerar a auto-sustentabilidade de pequenas comunidades, uma excelente ferramenta para o comércio justo do ponto de vista do produtor.
Em Portugal a permacultura está medianamente representada por grupos ecologicamente mais radicais e das chamadas "comunidades de transição". Muitos dos seus membros aproximam-se mais de um estilo de vida freegan do que ecológico, o que tem simultaneamente divulgado o conceito mas o posiciona numa espécie de “gueto”. Mas lentamente e graças à vertente da agricultura, a permacultura está a começar a chegar a outros públicos da classe média.
O grupo com que me identifico e trabalho tenta trazer a permacultura para o mundo da economia real, trabalhando dentro do sistema, apresentando soluções que são de facto ecológicas e socialmente responsáveis, permitem reduzir a pegada ecológica, trabalham os ecossistema como um prestador de serviços e desenvolvemos soluções que podem ser aplicadas em pequenas comunidades ou úteis em termos de educação para a ecológia ou para a sustentabilidade.
Foi por acaso que descobri a permacultura mas aderi a pelo menos 70% do conceito…
Na Áustria existe um bio agricultor chamado Sepp Holzer, na sua quinta Krameterhof, herança de família, desenvolveu um lucrativo projeto de agricultura biológica. Sepp Holzer já representou a Áustria em alguns eventos internacionais; também já entrou em confronto com grupos de agricultores do seu país.
Mas está a fazer escola na europa e o legado de conhecimento está já nas mãos dos seus netos que se tornaram professores de permacultura.
Esta semana, quero dar-vos a conhecer um projecto de comunicação sustentável que a Portugal Telecomimplementou internamente, com o objectivo de sensibilizar os seus colaboradores para a adopção de comportamentos sustentáveis.
A iniciativa chama-se “Momentos Verdes e Saudáveis” e pretende "convencer" os colaboradores da PT a usarem mais regularmente as escadas, em detrimento dos elevadores. O objectivo? Reduzir o consumo de energia e ao mesmo tempo promover a prática de uma actividade saudável.
Pois bem, mas com tantos pisos que têm os edifícios da PT, como terão eles conseguido convencer “a malta” a usar as escadas em vez dos elevadores, devem estar vocês a perguntarem-se.
Simples. A mensagem utilizada recorreu ao humor, usando uma forma de comunicar leve, divertida e fácil de compreender, de modo a captar uma adesão espontânea e alegre por parte dos colaboradores.
Se não vejamos.
Os Resultados? Não foram nada maus. Estamos a falar de 30% de redução no consumo de energia dos elevadores, 3 meses após o lançamento da campanha.
Deixem-me só dizer-vos que esta é apenas uma das iniciativas da campanha. Várias outras acções têm vindo a ser desenvolvidas. Outra conquista importante foi a redução de 40% nos consumos de copos de plástico, por exemplo. O incentivo à utilização dos transportes públicos, a promoção das viagens partilhadas e do uso de bicicletas nos pequenos trajectos quotidianos e a recolha de equipamentos eléctricos e electrónicos são mais alguns exemplos que têm vindo a ser trabalhados.
Aqui está uma forma criativa de alterar hábitos através de uma estratégia de comunicação interna. Não acham que a PT está de parabéns?
Por Cátia Henriques
Ps: Desculpem o exemplo estar em pdf, mas a desformatação era tanta que recorri ao ppt :)
Ora aqui está um bom exemplo da aplicação prática do conceito de eficácia percebida...o nosso grau de consciência em relação ao impacto das acções que praticamos. Por outras palavras, a nossa percepção do quanto podemos fazer a diferença e do poder das nossas acções enquanto indíviduos!
Trata-se também de um bom exemplo de uma acção de marketing de guerrilha.