O fluxo comercial mundial é bastante penoso para o ambiente pois do local de produção até ao consumo podem-se passar milhares
de quilómetros: por exemplo encontrar maçãs neo-zelandesas no supermercado português ou… encontrar pêra-rocha no mercado britânico ou… o monitor onde está a ler estas letras terá vindo de um país asiático? Com muita probabilidade sim.
Antigamente, a banana não teria pegada ecológica pois era comida no local de produção, hoje o cenário mudou – 480g de CO2e por kg (1), bem mais do que os 21g de um café(2). Para transportar as materias em torno do globo, os agentes comerciais usam um mix de transportes: o transporte aéreo para produtos perecíveis, o transporte marítimo para produtos mais duráveis, o ferroviário para transportar, por exemplo, automóveis e o rodoviário para transportar animais.
No entanto, testes efetuados por uma das maiores transportadoras mundiais – a MAERSK revela resultados encorajadores em que é utilizado combustível baseado em algas e que ao contrário dos agrocombustíveis não utiliza matéria que poderia ser utilizada como alimento.
Um dos grandes entraves à massificação deste paradigma, prende-se com um dos pilares onde assentam os produtos verdes – a falta de economia de escala e que é bastante necessária – pois o combustível marítimo é dos mais poluentes e, por outro lado o crescente aumento do petróleo poderá despoletar uma maior procura por este tipo de soluções.
Será por aqui o caminho para as frotas verdes?
Baseado no artigo
Cargo boat and US navy ship powered by algal oil in marine fuel trials, Guardian, 13 Janeiro 2012 disponivel aqui
Fontes
(1) http://www.guardian.co.uk/environment/green-living-blog/2010/jul/01/carbon-footprint-banana
(2) http://www.guardian.co.uk/environment/green-living-blog/2010/jun/17/carbon-footprint-of-tea-coffee
Créditos da imagem
Amêndoas from flickr
Por Daniel Souza