Plataforma 1st and Green - Um projecto de Public Engagement
Sim, estou a falar daquele evento desportivo visto por mais de 100 milhões de pessoas em 232 países, dizem mesmo que é o espectáculo mais visto na Terra. É só o evento que apresenta a publicidade mais cara da televisão, em que os marketeers não se importam de estoirar o budget só para lá estarem.
E como nós por cá, a febre é mais com bola no pé, dou-vos mais uns números, só para vos elucidar melhor da dimensão desta máquina comunicacional. No passado dia 5 de Fevereiro, durante a final da competição, no Twitter da NFL, registaram-se em média 12.233 tuítes por segundo. Coisa pouca…
Pois, mas tanto número à mistura não gera coisa boa, de certeza. Ou não estivéssemos a falar do segundo dia com maior consumo de comida nos Estados Unidos. Dá para imaginar toda a sustentabilidade ambiental que para aqui vai…
Mas já há promessas para um 2012 mais sustentável. Parece que o Super Bowl vai aderir ao green mode :)
Podia aqui enumerar uma série de medidas que estão a tomar para reduzir impactos, mas o que mais me despertou a atenção foi mesmo a criação da plataforma 1st and Green.
Fresquinhos que estamos em Public Engagement, acho que temos aqui um bom exemplo. O comité anfitrião do próximo campeonato juntou uma série de stakeholders, com o objectivo de envolver a população num desafio comum: a consciência ambiental.
Para isso, criaram o 1st and Green Challenge e convidaram empresas, escolas, famílias, governos, a registarem na plataforma o que fazem no dia-a-dia para um mundo melhor. Esta plataforma vai então controlar a vida verde destes grupos, ensinando-lhes formas de aumentarem o seu impacto.
Giro giro, é podermos ver o impacto das nossas acções em dois contadores que nos mostram quantas emissões de co2 compensamos e quanta água estamos a poupar.
Quem economizar mais água e carbono até ao início da competição será reconhecido em Georgia Street, durante a semana antes do Super Bowl.
Aqui está uma boa forma de comunicar envolvendo. O resultado? É win win. Ganha o Super Bowl – confiança e reputação -, e ganhamos todos, um Mundo um bocadinho mais green, esperemos :)
Por Cátia Henriques
Fontes
http://www.indianapolissuperbowl.com/highlights/?p=1017
http://inhabitat.com/7-ways-the-superbowl-xlvi-is-going-green/
Um exemplo de Eficácia Percebida
Já diz o ditado: “Ver para crer”. Esta é mesmo a melhor forma para termos consciência das nossas ações.
É um exemplo da aplicação do conceito de Eficácia Percebida que vos quero mostrar hoje.
Quem nunca jogou um dia uma pontinha de lixo no mar que atire a primeira pedra. E foi a pensar na consciência ou inconsciência das pessoas que o fazem que a Surfrider Foundation Brasil criou a campanha “Devolução”.
Imaginem agora começarem a receber no correio pedaços de lixo dentro de uma caixa, com o vosso nome no remetente. Quem se iria lembrar de enviar-vos lixo e porquê?
Vejam este vídeo e encontrem a resposta! :)
Bela campanha esta! Foram 10 mil os brasileiros que receberam caixas cheias de lixo recolhido nas praias do Rio de Janeiro, com a seguinte mensagem: “O lixo jogado no mar um dia volta. Pra todo mundo.” Se calhar, muitos deles nunca tinham colocado lixo na praia, mas sensibilizar e educar, aqui, é a palavra de ordem. Pois mesmo quem nunca jogou lixo na praia, um dia poderá sofrer com as suas consequências.
De referir que a ação foi também realizada em bares da cidade do Rio de Janeiro.
Com campanhas como esta, com certeza, vamos passar a perceber os efeitos das nossas ações com maior eficácia. Venham elas!
Por: Cátia Henriques
Hoje em dia a maior dificuldade das inicitiavas das empresas prende-se com a comunicação. Quando se pretende comunicar ao cliente que o seu produto resulta de facto resultado de uma actividade e estratégia sustentável, é fundamental que o consumidor tenha confiança na informação transmitida.
O que vos trago aqui não é nada de verde, ainda, mas creio que seria uma optima forma das empresas conseguirem informar os seus clientes tendo em conta o nivel de detalhe que os consumidores pretendessem ter.
Este tipo de tecnologia denomina-se de Point&Know, onde quem tem o programa de identificação de artigos, pode apontar e saber o que quiser desse produto.
As empresas que se pretenem destacar das outras através da forma de produção sustentável e comércio justo, poderiam utilizar tecnologia deste tipo para conseguir introduzir os seus produtos e respectivas características em base de dados. Esta acção teria como objectivo proporcionar maior informação fidedigna no acto de uma potencial compra.
Acrescenta-se ainda o facto de segundo a TrendWatching revelar uma nova tendencia de POINT&KNOW&BUY. Onde automaticamente a pessoa acedia à informação de produtos e conseguiria comprar caso ficasse convencido pela descrição do artigo "apontado".
Penso que este seja um campo a explorar, dado que uma das maiores razões para as pessoas não comprarem os produtos verdes, para além de poder de compra, relaciona-se com a falta de informação clara e acessivel dos produtos.
Deixo-vos o link onde podem consultar alguns dos Point&Know de algumas empresas e produtos.
http://www.trendwatching.com/pt/trends/12trends2012/?pointknow
Patrícia Oliveira
Não sendo uma especialista na área de marketing, mas sendo consumidora, o debate sobre a percepção que o consumidor tem dos produtos/ marcas sustentáveis, faz com que me surjam dúvidas para as quais procuro resposta:
Nas minhas pesquisas encontrei um artigo do senhor Robert H. Bloom, (pelo que fiquei a saber, uma verdadeira autoridade no que respeita a negócios). Tem desenvolvido a sua actividade como consultor estratégico de diversas empresas de variados tamanhos e áreas de negócio, tais como BMW, L’Oreal, Nestle’, TGI Friday’s, Zales, Whirlpool, Southwest Airlines, Nestle’ Juicy-Juice, T-Mobile US, Novartis’ Theraflu and Triaminic. Foi ainda Chairman e CEO da Publicis WOrldwide.
Num artigo recente, em que põe em causa a volatilidade dos mercados e a velocidade com que tudo muda, identifica 5 tendências que, na sua opinião devem ser tidas em conta na gestão de marcas sustentáveis em 2012:
Em 2012 assistir-se-á a uma mudança de paradigma no que respeita à criatividade e poder de decisão sobre a utilidade e função que os produtos e serviços poderão ter na satisfação das duas necessidades. O consumidor será parte da equipa que constrói e interage directamente nessa decisão em vez de ser um mero espectador.
O crescimento do mercado do 2C2, abre horizontes para uma nova geração de consumidores, mais exigentes, com maior nível de conhecimentos, pondo em causa os valores das próprias marcas, desafiando-as a serem criativas, inspiradoras do ponto de vista da compra sustentável. Como será de esperar, este crescimento dar-se-á em especial nos países emergentes.
A criação de uma relação de proximidade, duradoura, será uma das apostas das marcas,
em detrimento de uma política insustentável do “preço mais baixo”.
A inovação passará por envolver todos os stakeholders em todo o processo de desenvolvimento dos produtos, integrando práticas sustentáveis de redução de uso de recursos e de benefícios sociais. Bloom acredita que desta forma, as marcas agirão como agentes de mudança de uma forma mais rápida e com uma extensão maior do que alguma vez se conseguiu atingir.
Em 2011 assistiu-se a diversos movimentos de ocupação, contra a forma de gerir os negócios. Espera-se que em 2012, a tendência das marcas seja para definir políticas de responsabilidade corporativa que abranjam e comprometam todos os stakeholders, com o propósito de integrar não só questões financeiras, mas também questões sociais nas suas operações. As grandes marcas já começam a posicionar-se a este nível com campanhas de sensibilização para a preservação de recursos que são essenciais para a sobrevivência e qualidade de vida das pessoas.
Poderão consultar o artigo na íntegra em :
Por Adriana Jacinto