Pegando na deixa da Rita, continuemos pela cozinha e, ao hambúrguer, complemente-se com a bebida visto que, por Portugal bom vinho se faz.
Sendo assim, como se enquadra a sustentabilidade num copo? Por um lado é importante considerar os pesticidas e herbicidas derivados do petróleo e que são aplicados nas uvas e, tal como noutras culturas, priva a vida de florescer no solo bem como dificulta a retenção de nutrientes. A somar a isto, há ainda a erosão do solo, a inexistência de rotatividade nas culturas que torna o solo infértil, o transporte do vinho de um lado para outro do planeta e os barris que são feitos com madeira derivada do carvalho.
Somando tudo isto, a The Association of Wine Economists estima que, no global, a pegada carbónica vinícola se situe nos 5.3 milhões de toneladas de CO2 (como comparação, metade da frota de aviões regionais dos EUA, emitiram cerca de 8 milhões de toneladas carbónicas em 2010 (1))
"A pegada ecológica da Greenbottle é 10% das garrafas tradicionais"
No entanto, há formas de reduzir o impacto carbónico desta bebida, por exemplo no Reino Unido foi anunciada a garrafa de papel (Greenbottle) cuja pegada carbónica é 10% das garrafas tradicionais (2), sendo assim, é biodegradável e mais leve – num mundo onde se consomem 20 mil milhões de garrafas anualmente (3), o peso da garrafa, acaba por ter um impacto considerável no transporte das mesmas. Por fim, mesmo a pequena rolha pode ter um grande impacto: as rolhas de plástico e de alumínio, tem uma pegada carbónica 10 e 26 vezes, respetivamente, superior às rolhas de cortiça (4)
Quem diria que o vinho poderá ser ainda mais verde do que o verde que se vê na garrafa?
Daniel Souza
Baseado no artigo
Wine: how green is your glass?, The Ecologist, 21 December 2011, disponível em http://www.theecologist.org/green_green_living/food_and_drink/1171258/wine_how_green_is_your_glass.html
Referências
(1) http://www.greenaironline.com/news.php?viewStory=841
(3) (4) http://en.wikipedia.org/wiki/Cork_(material)
Créditos da imagem
Tom Ba from Flickr